Projeto de extensão do curso de enfermagem capacita profissionais de saúde no atendimento a pacientes com feridas

O senhor Uene sofreu um acidente, que resultou em uma ferida que precisa de cuidados específicos. Periodicamente, ele comparece na Unidade Básica de Saúde (UBS) João Moreira de Castro, no bairro São João, em Catalão, para ser atendido pela equipe de enfermagem. Ele percebeu que o tratamento recebido na UBS, que consiste na avaliação da pessoa e aplicação de técnicas e materiais adequados para a realização do tratamento da ferida, tem ocasionado uma rápida evolução da lesão. “Aqui os profissionais são atualizados, os procedimentos são inovadores, eles fazem um ótimo trabalho, algo muito bom”, avalia.

Na outra ponta, Walkiria Kely, técnica em enfermagem da Unidade Básica de Saúde do CAIC, também em Catalão, dentre tantos afazeres no cotidiano da atenção primária à saúde, realiza atendimentos de enfermagem voltados para o tratamento de feridas. Com a adoção de técnicas mais modernas, ela tem notado que o tempo de resposta no tratamento de feridas reduziu drasticamente. “São técnicas novas, medicações novas, curativos diferentes. A cicatrização da ferida, em muitas situações ocorre na metade do tempo”, pontua.

Walkiria Kely e Uene são exemplos de pessoas atendidas pelo projeto Educação permanente em saúde para profissionais de enfermagem que atuam em UBS e UBSF de Catalão sobre tratamento de feridas. A ação de extensão ocorre, até o momento, em 08 unidades de saúde, com a meta de atingir a totalidade das 13 unidades de saúde de município e consiste em avaliar cada paciente, a técnica empregada no manejo de feridas, a prática, os produtos utilizados, visando empoderar os profissionais de enfermagem por meio do conhecimento e da adesão às boas práticas de manejo de lesões diversas.

A coordenadora do projeto e professora do curso de Enfermagem da Universidade Federal de Catalão (UFCAT), Carla Natalina da Silva Fernandes, explica que a ação, desenvolvida em parceria com o município, consiste em um olhar para a prática profissional e, consequentemente, para o usuário do sistema de saúde, que envolve, desde o contato inicial, realizado por meio da consulta de enfermagem, passando pelo acesso a produtos mais eficazes para o tratamento de feridas, até o acompanhamento da evolução do tratamento, por meio de registros e instrumentos de avaliação e evolução.

O resultado do projeto é perceptível, de acordo com Carla, nas unidades de saúde. “Muitas unidades reorganizaram salas, aprenderam sobre o uso de Equipamentos de Proteção Individual, tem sido bonito de ver os profissionais fazendo e incorporando o que aprenderam no dia-a-dia”, avalia. Ela acrescenta que em uma próxima etapa será realizado também o trabalho com paciente e sua rede de familiares. “Tratamento de feridas não é só curativo, não é só técnica, é necessário envolvimento de redes”, conclui.

Outro ponto importante do projeto de extensão é possibilitar ao estudante do curso de Enfermagem o contato com rotinas e práticas que não são abordadas de maneira direta e intensiva durante a graduação. É o que pensa Joyce da Silva Carvalho, bolsista do projeto. “Aprendemos o tempo todo, temos pessoas em situação de vulnerabilidade social, pessoas com o desejo de melhorar, situações que emocionam, vínculos, algo que não se aprende em sala de aula ou nos laboratórios”, relata.