Professora e egressa de Psicologia são selecionadas em premiação nacional de Conselho Federal

Professora e egressa de Psicologia são selecionadas em premiação nacional de Conselho Federal

Dos relatos enviados à comissão organizadora, seis foram selecionados e receberão prêmio de R$ 2 mil.

A segunda edição do Prêmio Profissional Virgínia Bicudo: Práticas para uma Psicologia Antirracista, promovido pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), selecionou trabalhos individuais e coletivos, com o propósito de identificar, valorizar e divulgar estudos e ações que envolvam a Psicologia e as Ações Étnico-Raciais. Ao todo, foram selecionados seis trabalhos e outros quatro receberam menção honrosa. A Universidade Federal de Catalão (UFCAT) foi selecionada na categoria experiências coletivas, com o título “Porquê tem cores diferentes: práticas educativas e a constituição da identidade/subjetividade da criança negra”.

A professora Janaína Cassiano Silva e a egressa Rafaela Renero dos Santos, ambas do curso de Psicologia, explicam que o objetivo do trabalho foi compreender como estudantes e professores lidam com a questão racial no cotidiano escolar e analisar como se dá o processo e constituição da identidade/subjetividade da criança negra no espaço escolar. A pesquisa foi realizada em uma escola de educação básica da rede municipal de Catalão.

De acordo com a professora Janaína, os resultados revelaram que aos quatro anos as crianças já são atravessadas pelo racismo estrutural, de forma a não somente reproduzi-lo, mas também impactando diretamente na subjetividade e nas relações que vão se estabelecendo no processo de desenvolvimento. 

Quanto aos possíveis impactos da pesquisa no ambiente escolar, as pesquisadoras entendem que dado os limites que a estruturas oferecem, é impossível construir um antirracismo individualizado, porém  é possível construir locais, momentos e atividades de emancipação. “Defendemos que são necessárias mais pesquisas acerca do impacto subjetivo do racismo no ambiente escolar, para que, assim, possamos pensar cotidianamente em uma prática e sociedade antirracistas”, acrescenta Janaína.

Por fim, para Rafaela, a seleção para receber em novembro o Prêmio Virgínia Bicudo é bastante representativo. “Esta pesquisa é um pedaço de mim e hoje a entrego ao mundo com muito carinho e felicidade. Que ela possa contribuir para olharmos a infância com cuidado, amor, seriedade e urgência” conclui.