MostraAXÉ Exibição de Kizomba: Corpo que Dança, comemora o mês da Consciência Negra

MostraAXÉ Exibição de Kizomba: Corpo que Dança, comemora o mês da Consciência Negra

Filme resulta de uma pesquisa sobre o corpo e as danças negras

No dia 14 de novembro de 2024, o auditório Congadas da Universidade Federal de Catalão (UFCAT) foi palco da exibição do média-metragem Kizomba: Corpo que Dança, realizado com recursos da Lei Paulo Gustavo (2024). A sessão integrou a programação da Mostra Axé, em comemoração ao Mês da Consciência Negra.

Produzido e dirigido por Ana Carla Dias Carvalho e Luara Faria dos Santos, com edição assinada pela cineasta Marina Carolina, o filme resulta de uma pesquisa sobre o corpo e as danças negras. Marcado por um diálogo entre diferentes linguagens corporais, o média-metragem apresenta uma identidade artística singular.

A obra é inspirada nas vivências artísticas do Festival Kizomba, realizado em maio deste ano, que abordou linguagens como dança afro-brasileira, contato improvisação, teatro selvagem e breaking. Essas experiências evidenciaram o potencial formativo da dança no contexto de uma educação antirracista. O filme conecta o corpo e a dança à diáspora africana, valorizando as raízes ancestrais do povo negro como potência cultural. A narrativa percorre espaços da cidade de Catalão como a escola, casa de cultura e a universidade, mostrando corpos em trânsito por diferentes contextos.

Após a exibição, as diretoras participaram de um bate-papo interativo, compartilhando detalhes sobre o argumento, as inspirações e o processo de produção do filme. O momento foi enriquecido por reflexões e trocas de experiências, reforçando o impacto educativo, cultural e social do projeto.

Entre os depoimentos marcantes, o professor Wolney H. Filho destacou a criatividade e a sensibilidade presentes no roteiro e na edição. Segundo ele, “a dança performa o movimento, a dança move o vento, ela mexe com o sujeito”.

Zenaide Alves, referência nos estudos étnico-raciais na UFCAT, e que participou de parte das captações, expressou sua emoção ao ver o trabalho finalizado: “Achei muito incrível, porque pensei que a gente estava fazendo uma brincadeira”.

O antropólogo Ismar da Silva Costa, diretor de Cultura da UFCAT, ressaltou a profundidade e a força do filme ao dizer: “Esse trabalho procura territorializar as potências do corpo. Quando ouvi Ave Maria na voz de Virgínia Rodrigues e vi o "trabalho" do corpo, percebi o quanto isso é transformador. Vocês conseguiram atravessar territórios, organizaram tudo de forma incrível. Esse trabalho não é um produto final; é um momento de gênese. Não parem! Sou imensamente grato por ter visto, sentido e incorporado tudo isso. Muito obrigado!”

A estreia de Kizomba: Corpo que Dança celebrou as memórias do corpo em movimento, seu poder transformador e sua função como resistência e valorização da identidade cultural.

Para quem não conseguiu assistir, haverá outras exibições.
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